As voltas que o mundo dá...

13.11.18

Olá Olá Awesome's!
Como tem passado? A vidinha vai boa ou nem por isso?
*respirar fundo*
Eu sei, o post de hoje está a começar de uma forma que não é, de todo, normal. Porém, aquilo que venho conversar convosco também não é algo habitual por estas bandas e, honestamente, não é algo que seja fácil para mim falar. Não é que seja nada de grave ou dramático, mas é um assunto com o qual me debati durante muito tempo e, tal como eu, também poderão haver awesome's que partilhem destes medos (ou semelhantes) e (aqui estou esperançosa) de que nos possamos ajudar todas (e todos).


Ora, então qual é a situação aqui? Bem, saí completamente da estrada que seguia e tracei um novo caminho.
Okey, vou deixar-me de rodeios. Como alguns de vocês sabem (seja por falarmos por aqui ou até pela área da saúde aqui ao lado), eu segui Enfermagem na universidade. Desde 2013 a 2017, estudei a arte do cuidar e desenvolvi competências que me permitiriam licenciar em enfermagem e, quem sabe, exercer esta profissão de grande honra. Porém, no meu último ano, decidi que não o iria fazer. Terminaria o curso, mas não iria exercer.
*Choque e desgosto estampados nos rostos da plateia* (pelo menos foi isso que recebi de grande parte das pessoas que me rodeavam)
Então, tinha estado quatro anos a estudar, a queimar neurónios, a contar tostões e a pagar um curso que não iria usufruir na minha vida profissional? Era um ultraje! (para quem não consegue notar o sarcasmo nas minhas palavras, deixo aqui mesmo implícito que ele existe)


Para perceberem um pouco o contexto deste acontecimento, regressemos àqueles testes psicotécnicos que quase todos os miúdos fazem no 9.º ano. Embora na altura o tenha feito, eu sabia aquilo que queria: Línguas e Humanidades. E o teste só confirmou o meu sentimento. Contudo, na hora da matrícula, circunstâncias da vida levaram a que seguisse ciências e tecnologias. Nos meus três anos de secundário, sabia que estava no sítio errado, mas deixei-me estar. O problema chegou no 12.º ano, quando tivemos de escolher a área a seguir. Como é que nos nossos 18 anos de idade temos capacidades para escolher a área que supostamente ditará o nosso futuro profissional? Invejo quem tenha, mas eu não a tinha. Eu não fazia a mínima ideia do que seguir, do que escolher ou de onde me via com trinta anos. Na altura, vi colegas meus a escolher áreas que pareciam tão desligadas da nossa área do secundário que cheguei a ponderar voltar às línguas e seguir essa área na universidade. Porém, mais uma vez, honestidade: sou uma covarde. Não o fiz. Achei que nunca conseguiria concluir o curso com sucesso por não ter bases e não perceber nada do assunto.
Acabei por escolher Enfermagem e, embora não tivesse muito a ver comigo, naquela altura parecia a melhor escolha. Estão a ver aquela fase parva que alguns adolescentes tem de querer mudar o mundo? Pois, eu pensei "posso não mudar o mundo, mas ao menos posso tornar o mundo de alguém melhor". 
Aproveito para pedir desculpa por isso. Não, não entrei em Enfermagem porque queria ser médica (e este pensamento é tão século passado, digo-vos já), mas sinto que também não entrei pelas razões certas.


Durante os quatro anos de curso houveram momentos onde quis desistir. Acho que quis mais desistir do que lá estar, mas nunca o fiz. Talvez não o tenha feito por cobardia, mas grande parte do tempo foi porque não sabia o que fazer. Eu perguntava-me sempre "se desistir, qual é a alternativa?" e não tinha resposta. E sabem que mais? It's Ok! Não temos todos de saber o que fazer, não temos todos de ter as respostas, nem todos temos de seguir caminhos retos. Às vezes há curvas, cruzamentos e becos sem saída, mas a vida é mesmo assim. Mas há algo que precisamos: coragem. (e um pouco de consciência... tendo em consideração o nível de vida atual, nem toda a gente pode atirar-se de cabeça para tudo)


Finalmente, então, ganhei coragem. Terminei o curso, sim, mas não entrei no mercado de trabalho nessa área. Tive um ano parada, a trabalhar num super tasco, onde aprendi imenso (e aqui entra um pouco da parte consciente que vos falei). E, neste ano letivo, candidatei-me e matriculei-me num curso da área das línguas (e mais algumas cenas).
E agora perguntam: como está a correr?
Não vos consigo responder. E porquê? Porque este tipo de decisões não são fáceis de fazer ou de lidar. Para começar, regresso à história das bases. Não as tenho e testou consciente que terei de trabalhar a dobrar ou a triplicar para ter sucesso. Todavia, este aspeto é pacífico porque é verdade o que dizem: "quem corre por gosto, não cansa". Como gosto das áreas que estou a abordar, por muito difícil que seja, consigo lidar bem. 
Mais importante, pelo menos para mim, é a balança do que abdico para estar aqui. Às vezes sinto que isto é andar um pouco para trás. Penso que poderia ter um emprego, viajar, juntar para a minha casa e todas aquelas coisas que eu tinha no meu plano de vida. E o facto é que abdiquei de tudo isso para estar aqui. É fácil? Não. Já pensei muitas vezes em desistir de algo que eu quero e que parece tão certo por causa disso. Se o fiz? Não. Vou ser cliché, mas acredito realmente que, por vezes, a vida é como arco e flecha: é preciso vir trás para sermos lançados com força no caminho certo. Podemos falhar o alvo, mas voltamos novamente atrás e começamos de novo. A vida não é uma estrada em linha reta. É uma valente mixórdia de curvas e encruzilhadas que temos de seguir e escolher. E se errarmos, voltamos atrás e seguimos uma estrada diferente.

E sim, sou uma sonhadora parva que tem a plena noção de que a vida nem sempre permite ser assim. Infelizmente. Mas enquanto conseguir, eu vou tentando, vivendo e descobrindo.

E como já me estiquei demasiado... Vou deixar-vos em paz por hoje.
Beijinhos,
- C'

4 comentários

  1. Partilho das tuas dores e indecisões. Meti-me agora no mestrado de uma área que não me cativa, depois de ter "sobrevivido" à licenciatura. Agora a vontade de desistir é mais que muita.. Falta-me a coragem de desistir. Muita força ♥

    http://marta-raminhos.blogspot.pt

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    1. Olá!
      Não está fácil... Percebo bem essa falta de coragem.
      Muito obrigada! ( ˘ ³˘)♥ Desejo-te igualmente muita força e sorte nesta nova etapa! Nós vamos conseguir!
      Beijinho*

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  2. Como te compreendo! Fui para uma licenciatura por influência dos pais e do "mercado de trabalho" e quando cheguei lá soube que não era aquilo que queria e terminei o curso, ainda exerci profissionalmente até que disse: CHEGA!
    Voltei a estudar, felizmente bastou-me uma pós-graduação e finalmente estou a fazer aquilo que gosto :)
    Por isso, acredita em ti e luta muito por aquilo que realmente queres! Força nisso!
    Beijinho*

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    1. Olá!
      Se algo que aprendi neste últimos anos foi que ir pela influência dos outros dá asneira (seja fazer algo, seja desistir de algo). Mas percebo que se faça isso, por respeito aos pais, irmãos, namorado. Porém, custou, mas percebi que o meu futuro, por muito que essas pessoas me acompanhem, o futuro é meu e serei eu a vivê-lo. E não é nada fácil perceber e viver isto.
      Obrigada pelo apoio! Eu espero (acredito, vá) que vou conseguir :D
      Beijinho*

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